Para a Luana
Luana,
Como é bonito o teu nome. Tal como a Lua, que torna menos escura a noite, assim foste tu para mim naquela viagem de avião.
Era noite de temporal. Estavas nervosa, mas confiante. Eu, mergulhado que estava em pensamentos tortuosos, pouco me importava com o que pudesse vir a acontecer.
Deliciei-me a ver como gerias a situação e como tentavas manter os passageiros descontraídos. Como disfarçavas o teu próprio medo. E a tua beleza fez-me esquecer todo o resto. Saboreei cada segundo da tua presença, tendo consciência de que jamais nos iríamos encontrar. E, mesmo sem me teres dirigido o olhar, vi nos teus olhos o esplendor que irradia a tua alma. Foi tão boa esta viagem, Luana.
Noutra paragem, o destino quis juntar-nos novamente e, desta vez, agraciou-me com a bênção do teu olhar. Naquele momento, olhando nos teus olhos e vendo o teu sorriso, apesar de estarmos em terra, senti-me a flutuar e não queria mais voltar a pousar.
Sei que não voltarei a estar contigo, mas sempre que olhar para a Lua, pensarei que poderás estar também a olhar para ela. Então, verei nela os teus olhos refletidos e sentirei que afinal estás ao meu lado.
Com um beijo, Miguel