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O que fica na gaveta

Miguel Lucas

O que fica na gaveta

Miguel Lucas

As mulheres que amo

São muitas as mulheres de quem não me esqueço. As mulheres que amo. Umas mais do que outras, mas todas com lugar cativo no meu coração. Umas conheci muito bem, outras menos e até há aquelas com quem apenas me cruzei fugazmente, mas que fazem dar por mim a ver se as vejo sempre que revisito os lugares onde as conheci. A maior parte destas mulheres já foi referida neste blog, mas restam algumas que, apesar de não se justificar escrever um texto sobre elas, por não ser original ou suficientemente interessante para o leitor, tiveram tanta ou mais importância do que as que foram citadas. Todas elas ficaram gravadas no meu coração, que mais parece a plateia de um auditório. Umas ocupam a primeira fila, outras lugares posteriores. Uma está, neste momento, no lugar central, mais iluminada. Há outra ao seu lado, que é impossível não ver, tal como todas as outras, da primeira à última fila. Por vezes trocam de lugar entre si, mas teimam em não sair deste auditório. Independentemente do lugar que ocupam, cada uma delas é capaz de me fazer esquecer momentaneamente todas as outras, como se o foco estivesse apontado exclusivamente para ela. Mas se este se desloca para outra eu quero-a com a mesma ou mais intensidade do que a anterior. Não se trata de ter uma eleita num determinado intervalo de tempo. O problema é serem várias a ocupar o primeiro lugar. Se pudesse hierarquizá-las seria mais fácil. Escolheria a primeira sacrificando as outras por um bem maior. Mas, estando tantas em pé de igualdade, não consigo ser fiel a apenas uma delas. Nem numa ilha deserta o seria, pois, este auditório vai comigo para todo o lado. Gostava de ter uma cama gigante e braços igualmente longos para poder ter comigo todas estas mulheres juntas num só abraço. Gostava de ter mil bocas para beijá-las todas ao mesmo tempo. Assim como gostava de ter mil mãos. Ou talvez duas mil, se não for pedir de mais... Mas, todas estas mulheres têm um fator em comum: nunca vivi com nenhuma delas e gostava de viver. Talvez seja por isso que se mantêm na sala. A única mulher com quem vivi, também esteve nesta plateia, mas já não a vejo por lá há muito tempo. Talvez esteja comigo no palco.

 

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Nota:

Os nomes aqui citados apenas são verdadeiros nas histórias que são fictícias.

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